
Alice no
País das Maravilhas
Alice no País das Maravilhas completa 150 anos

Alice vai fazer 150 anos este ano - e ainda amamos ler sobre (ou assistir) as curiosas aventuras da garotinha no País das Maravilhas. O livro conta uma história fascinante que alcançou um público muito maior do que as crianças do século 19.
Alice no País das Maravilhas foi um ponto de virada na literatura infantil. Livros mais antigos e outras histórias para crianças tinham um foco na educação moral. A maioria dos livros estava lá para te ensinar como ser um bom garotinho ou uma boa garotinha, em vez de entreter e provocar a imaginação.
Em vez de instruir a criança, Lewis Carroll centrou a sua narrativa em uma garotinha que dava broncas em adultos, em um mundo no qual tudo é confuso. Alice dá conselhos de boas maneiras e reprime os habitantes do País das Maravilhas por serem indelicados e loucos.
O humor irreverente do livro apela para a natureza anarquista da criança. Por exemplo, um verso bem conhecido e respeitado daquela época ganha uma paródia do chapeleiro louco. Ele recita: "Brilha, brilha morceguinho/ Brilha bem devagarinho / Desce, desce vem pousar cá/ No bule do meu chá" – Paródia feita da música brilha, brilha estrelinha.
A história de Carroll faz piada com o sistema de educação vitoriano. Alice usa longas palavras que ela não compreende porque elas parecem importantes. Na escola, a Falsa Tartaruga diz que aprendeu 'diferentes galhos da aritmética' e 'ambição, distração, enfeiamento e escárnio'. Brincadeiras com palavras, humor, paródias e reversão de papéis são os ingredientes de livros infantis hoje graças à Carroll.
Cada vez mais leitores exploram o texto, em busca de significados ocultos. Em uma interpretação, a história baseada em um sonho é uma metáfora para uma jornada interior, em direção às vontades incontroladas do subconsciente.
O motivo pelo sucesso de Alice está relacionado a percepções sobre a essência britânica do livro. O País das Maravilhas tem uma rainha, festas e chás, jogos de croquê e empregados domésticos, o que idealiza a sociedade vitoriana.
Por fim, Alice no País das Maravilhas é um exemplo maravilhoso de 'texto aberto' - um texto que pode significar o que você quer que ele signifique, dependendo de sua perspectiva. Alice no País das Maravilhas se transformou em um conto de fadas moderno e, sem dúvida, continuará a ser transformado e adaptado nos próximos anos.